quinta-feira, 12 de julho de 2018

ARTIGO – JULHO/2018 PALMEIRAS, UMA TRAJETÓRIA CENTENÁRIA: PASSADO DE ORGULHO E FUTURO PROMISSOR

Parte IV –A proposta de reforma do estatuto. O papel de cada ator. Os verdadeiros itens que colocariam a administração do clube em patamar superior


Em 2013 o Plenário do Conselho Deliberativo instalou uma comissão para analisar o nosso Estatuto. Éramos 33 conselheiros e mais os presidentes e vices da Diretoria, do CD e do COF.

Eu e Domingos Ciarlariello fizemos parte desta Comissão. 

Por absoluta maioria, houve entendimento de que o Estatuto precisava de uma reforma geral, não só para adaptá-lo à nova realidade, mas para dar-lhe coerência, unicidade e eficiência. 

O texto atual, que vem sendo alterado pontualmente, é uma verdadeira colcha de retalhos e um exemplo de como não se deve escrever um texto normativo. 

Os assuntos estão espalhados e são, rotineiramente, repetidos, fazendo-se remissão a capítulos distante, tornando difícil o entendimento dos sócios. 

Pois bem, aquela Comissão, que realizou mais de cem – repito – mais de cem reuniões, chegou a um documento final, que eu tive a honra de ajudar a escrever e sistematizar. 

Junto com ele foram entregues dois outros textos: o Código de Ética e o Regimento Interno do Clube. 

Antes da entrega definitiva ao CD, a Comissão realizou reuniões setoriais com os conselheiros, para explicações, aparar dúvidas, corrigir ou acrescentar algo que fosse pertinente, etc. Infelizmente a participação foi baixa. 

Enfim, em dezembro de 2016, o projeto foi definitivamente entregue. E sabem qual a receptividade, interesse ou simples curiosidade pelo trabalho? Pasmem, quase nenhum. O projeto ficou parado por meses, formando-se nova comissão. 

Não houve nenhuma voz - de sócios ou de conselheiros – além dos membros da Comissão - que tenha se levantado para aplaudir, criticar ou defender uma tese ou somente um dos itens. 

Como já disse, o documento foi integralmente reescrito. Apenas um item se referia ao tempo de mandato do presidente. Mas gostaria de chamar a atenção para pelo menos quatro outros itens que foram rejeitados pelo plenário do CD e que, estes sim, representariam modernização do clube. 

1º item rejeitado pelo CD no ano passado: limitação do número de conselheiros na diretoria executiva. Pelo projeto estaria limitada a 1/3 do total de vagas de diretores. Objetivo bem claro: não confundir funções de execução (dos diretores) com de fiscalização e gerenciamento do clube enquanto órgão colegiado (CD). 

2º item rejeitado pelo CD no ano passado: proibição de que os diretores participem das votações que envolvam prestação de contas da gestão. Objetivo mais que evidente: evitar conflito de interesses, um mínimo de ética e respeito. 

3º item rejeitado pelo CD no ano passado: diminuição de prazo para poder votar e ser votado. Objetivo era garantir mais participação do associado nas decisões do clube. 

4º item rejeitado pelo CD, agora em maio último: diminuição do número de conselheiros vitalícios para 100, o que equivaleria a 33% do total. Objetivo: oxigenar a composição do CD, formar novos conselheiros, dar voz ativa ao associado. 

EU NÃO OUVI (E ACREDITO QUE NINGUÉM TENHA OUVIDO) QUALQUER VOZ, QUALQUER ATITUDE, QUALQUER CONVITE, ENCONTRO OU JANTAR PARA SE DEBATER ESTAS QUESTÕES. 

Pelo contrário, parecia que não faziam parte da reforma do estatuto. Interesses políticos levaram à rejeição das quatro propostas – anteriormente aprovadas pelas Comissões. 

O foco dos debates foi, exclusivamente, o tempo do mandato do presidente e o “interesse” de algumas alas políticas sobre este tema surgiu somente no início deste ano, pois, até então, asseguro, não havia expressividade sobre o tema. 

Bem, a meu juízo, as reformas acima indicadas e rejeitadas, seriam muito mais úteis ao clube, do que simples tempo do mandato, assunto de nosso próximo artigo. 

Para finalizar, gostaria apenas de registrar que o personagem escolhido para ser o “vilão retrógrado”, um ex-presidente, apresentou, juntamente com outros conselheiros, emendas, na fase das comissões, para diminuição de vitalícios para 40% do colegiado (com novo número de membros), bem como expressou apoio à diminuição do número de conselheiros na diretoria e o impedimento destes de votarem as contas da gestão. 

Não se trata de defesa de outros de seus pontos de vista sobre gestão, mas apenas de se esclarecer sua conduta ao longo destes anos e debates nas comissões.

4 comentários:

  1. Fleury:
    Eu hoje vejo o PALMEIRAS como vejo o Brasil.
    Os dirigentes só trabalham em seus próprios benefícios.
    É desanimador.
    No início dos trabalhos cheguei a mandar algumas sugestões. Você lembra ?
    Nenhuma, mas nenhuma foi sequer considerada nos momentos de decisão.
    Num determinado momento eu desisti.
    Acordei e percebi que não deveria continuar a dar murros em pontas de facas, notadamente, quando verifiquei que você era um dos pouquíssimos conselheiros interessados (ou o único) no Clube.
    Vários conselheiros nos quais eu acreditava me decepcionaram.
    Sua voz é solitária.
    Nosso PALMEIRAS continuará a ser administrado com as idéias do século passado.
    Infelizmente.
    Abraços
    Roma

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  2. Bom dia amigo. Você tem parcial razão. Os interesses pessoais prevalecem. Mas se nós que queremos o bem do clube não resistirmoos ele vai se afundar. Há uma fumaça boa por conta de dinheiro rolando solto, mas precisa criar estrutura e profissionalismo.
    Vamos continuar a luta. Dia quatro, agora, é uma boa oportunidade para o sócios mostrar o que quer.Abraços.

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  3. É isso Amigos, dia 04 as vozes tem que se fazer presente. Recebi hoje a correspondência de convocação oficial.

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  4. Boa tarde. É isso mesmo. O sócio precisa se inteirar dos fatos e comparecer para votar. Caso contrário...
    E veja que está passando sem ser percebido que o sócio pode derrubar a decisão do conselho em não diminuir os vitalícios, basta 67% dizerem não naquele item. ISSO NINGUÉM DIVULGA. Como também pode rejeitar os três anos e depois rejeitar a decisão do CD que não aprovou a nova regra para 2020.

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