quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ARTIGO - SETEMBRO/2017 - COMO ENTENDER O PALMEIRAS?

Você, sócio e torcedor do Palmeiras, o que pensa desta Nota Pública?

Você a considera ofensiva, digna de repúdio, demonstração de oposição ferrenha a alguma coisa?

Pois é, eu entendo que não, que simplesmente retrata a posição de quem quer bem ao Palmeiras, que se preocupa com o presente e, principalmente, com o futuro. Aliás, é o que defendo desde que assumi o primeiro mandato no C.D. E deixo isso bem claro aos sócios, aos meus eleitores e aos palmeirenses em geral, bastando acessar o conteúdo deste site, ao longo dos anos, para comprovar isso.

A Nota exprime, salvo melhor juízo, o sentimento e o desejo de todos quem amam o clube e querem vê-lo, cada vez mais, pujante e menos dependente de mecenas ou de conchavos. Querem que ELE se mantenha grande por si mesmo e que, independentemente de quem o comande – algo muito transitório e efêmero -, ELE possa seguir perene, altivo e absoluto.

Estranhamente, alguns poucos setores políticos do clube entenderam que a nota é, sim, ofensiva. E começam a tratar estes conselheiros como oposição à atual gestão.

Um erro crasso ou estratégico? 

No mundo moderno, a sociedade exige e entende que há necessidade de respeito à opinião e às divergências. Não existe mais espaço ao monopólio de ideias, oligarquias, nem mesmo a velha concepção ultrapassada de oposição cega e vetusta, ou seja, “oposição, por simples oposição”

Eu, assim como estes que formam este novo bloco de ideais, sempre votei em favor do PALMEIRAS, independentemente de quem esteja em seu comando ou tenha formulado a proposta em debate. Se apoiamos ideias interessantes para o clube, evidentemente, pode e deve haver críticas construtivas às ideias e propostas que representem um retrocesso ao mesmo, também independentemente de quem as tenha proposto.

Um exemplo atual: a gestão Mauricio Galiotte apresenta, a meu ver, erros e acertos. Nem por isso deixo de prestigiar as boas iniciativas e a apresentar minha opinião sobre as que considero impróprias. Nem eu nem ele somos donos da verdade. Podemos errar, e é para isso que serve a divergência de ideias, pois pode-se consertar e retomar o rumo certo.

Louve-se, por exemplo, a manutenção do patrocínio do uniforme, a disposição de manter um time competitivo, o diálogo que mantém com os segmentos políticos e com os demais órgãos administrativos do clube.

Em contrapartida, a meu ver – repito – ocorreram erros , como o planejamento para o futebol em 2017, a escolha de técnico, uma desmedida agressividade nas contratações de nomes não condizentes com a grandeza do clube e outros sem o menor perfil, com estranho abandono da base; o excessivo poder concedido ao diretor de futebol; a aceitação da recontagem de tempo de sócio; a aparente influência forte de terceiros, internos e externos ao clube; a aparente abandono ao profissionalismo dos departamentos em geral; postura passiva na questão da reforma estatutária, nas eleições dos demais órgãos, etc. 

Em função do que foi apontado, como membro do Conselho Deliberativo, nas matérias de competência do colegiado, deveria eu fixar uma posição única, pró ou contra? 

Penso que não, e é isso que pensa também este grupo que publicou a nota acima.

Temos que parar de ver o Palmeiras como um feudo, uma propriedade de alguém ou de algum grupo ou uma instituição que viva do passado, entendendo que o que possa ter dado certo nas décadas de sessenta, setenta ou oitenta, sejam as melhores escolhas para o século XXI.

O Palmeiras, pela sua força (torcida, arena, programa sócio torcedor, força da camisa), precisa ser gerido como uma empresa que precisa dar lucro, entendido este com títulos, conquistas, patrimônio, etc. E, para isso, precisa de uma gestão profissional.

Este tipo de gestão, a meu ver, nunca tivemos por completo nestes 103 anos de existência; existiram períodos em que ela esteve mais latente e em outros quase não existiu.

É essa concepção que precisa mudar. Temos, sempre, que escolher o melhor para o clube e incorporar práticas que o deixem imune a interesses de terceiros.

Tanto eu como você, que está lendo este texto, somos passageiros, o clube é eterno – em nossos corações e na sua grandeza -, por isso, é necessário que todos reflitam bem sobre estas questões e pensem que um passo imediatista agora pode ter reflexos lá na frente. 

Os sócios, em especial, precisam participar mais da administração e das decisões do clube, exigir uma postura coerente de seus representantes e cobra-los. Isso é fundamental.

Queremos ver, de forma contínua e interrupta, imagens como estas:

Taça Rio 1951 - primeiro campeão mundial (22/07/1951)

Taça da Libertadores (26/05/1999)

Taça do eneacampeonato brasileiro  (27/11/2016)

Troféu Ramon de Carranza (tricampeão - 1969, 1974 e 1975)
O Palmeiras, representando o Brasil, na inauguração do Mineirão (06/09/1965)

15 comentários:

  1. Magnífica imagens, abordagem clara e precisa. Infelizmente, é isso que estamos vendo no nosso Palmeiras hoje.

    ResponderExcluir
  2. Um texto perfeito!!!! Parabéns!!!!
    Eu também penso assim, o Palmeiras não pode ser um clube que tem donos, e sabemos quem gosta de mandar ali nos bastidores. Eles pensam que não mas os associados que amam o Palmeiras conhecem bem aqueles corredores e os grupinhos que sempre são os mesmos e pensam apenas em si próprio.

    ResponderExcluir
  3. Roberto bom dia
    Seu texto esta objetivo
    Entendo que a participação social amplia e fortalece a democracia,contribui para a cultura da paz,do dialogo e da coesão social sendo espinha dorsal do desenvolvimento social da equidade e da justiça
    Entendo isso e esse manifesto como uma democracia participativa engrandecer o clube eh unico caminho
    Abs
    Berardi

    ResponderExcluir
  4. Excelente texto, lindas imagens! Nosso querido Palmeiras tem o passado recheado de glórias. Como não orgulhar-se? Não podemos deixar que "alguns" mandem e desmandem no clube. Nós sócios precisamos sim, ficar atentos ao que acontece e principalmente observar o que é melhor para o clube.



    ResponderExcluir
  5. Caro Fleury e demais Palmeirenses:
    Abordagem, como de hábito, perfeita, que só podia ter a sua assinatura, um dos pouquíssimos conselheiros que trabalha pelo PALMEIRAS.
    Está mais do que na hora do PALMEIRAS ser inserido na modernidade.
    E, como isso será possível ?
    Só existe um caminho : reforma , realmente, profunda do Estatuto Social.
    É preciso que essa reforma acabe com privilégios e com a eternização de famílias que se julgam "donas" do PALMEIRAS.
    Só o fato "deles" se julgarem donos do Clube, já mostra o quão pequenos são.
    Fiel a essa mentalidade de inserir o PALMEIRAS na modernidade, enviei propostas para tornar nosso Estatuto, um livro dentro da realidade do século XXI (acabar com os vitalícios, limitar o tempo de permanência no conselho para 04 gestões, ou seja, 16 anos, proibir que os filhinhos ocupem cargos diretivos ou de conselheiros enquanto os seus papais estiverem no conselho, etc.).
    Já sei que nada disso vai passar e o novo Estatuto será apenas uma cópia do atual, com pequenos curativos, feitos com "band-aid".
    Mas, como eu amo esse Clube vou continuar acreditando nos poucos conselheiros como Você, digno, honrado, decente, desprendido, amante do PALMEIRAS.
    Forte abraço
    Roma

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde a todos.
      Obrigado pelas considerações e palavras. Todos estamos no mesmo barco, pelo Palmeiras. A maré pode estar contra, mas vamos vencer. Unidos os sócios podem fazer a diferença.
      Sobre o estatuto, brevemente, vou escrever novamente sobre o assunto.

      Excluir
  6. Parabéns, belo texto.... Concordo com a transparência e o profissionalismo SEMPRE... Gostaria de saber uma coisa: Com O Paulo Nobre, teve uma briga grande com a W. Torres sobre cadeiras, a Sociedade Esportiva Palmeiras ganhou e etc... e agora com o Mauricio Galiotte, parou?? Não entendi, essa parada... Recentemente, a WTORRE perdeu embate na arbitragem para o Palmeiras, obrigando-se a ceder a maior parte das cadeiras do estádio ao clube, mas também a refazer as obras de diversos setores do estádio, entregues em desconformidade com o acordado, fora do padrão FIFA.

    Enquanto Paulo Nobre era presidente do Verdão, a construtora estava sendo pressionada a cumprir as obrigações, porém, estranhamente, após Maurício Galiotte assumir o clube, a empresa nunca mais foi cobrada.

    Levando-se em consideração, como se observa nos termos de indiciamento de Walter Torre, que o empresário parecia ser generoso com seus colaboradores, há razões para desconfianças, desde o período de assinatura de contrato (comprovadamente, pela arbitragem, lesivo ao clube); no subsequente, em que funcionários do Palmeiras foram contratados para cargos importantes da empresa, e agora, com a facilitação evidente da diretoria a novo descumprimento de contrato.

    ResponderExcluir
  7. Concordo plenamente com uma política interna transparente. É o único caminho para manter nosso Palmeiras forte!!!
    Muito seu artigo sobre nosso primeiro título mundial!!!
    Boa noite!
    Abraço

    ResponderExcluir
  8. Bom dia a todos.
    Fico feliz que o associado tenha entendido a questão e de forma unânime tenha tido a leitura mais correta: não há razão para qualquer confusão. Todos devem estar unidos pelo mesmo caminho do futuro.
    Quanto a questão da arbitragem, ela é sigilosa. Existe o Departamento de Arena que cuida disso. Vencemos uma das questões, sobre número de cadeiras, mas existem outras ainda em fase de análise.

    ResponderExcluir
  9. Fleury parabéns pela coragem de por o dedo na ferida e pela clareza do texto;
    não somos contra nenhum grupo, nem Diretoria, somos sim a favor do Palmeiras.
    Wolfgang Paul Urlass

    ResponderExcluir
  10. Fleury, comungo, mais uma vez, com a tua abordagem. Para ilustrá-la, cito, como exemplo de descalabro e antiprofissionalismo, a coordenadoria sócio desportiva, principalmente no futsal sub 11 e sub 13, abandonados à própria sorte de pais - que pagam taxa extra para a SEP participar do campeonato do sindiclube - e dos meninos. Os professores que os treinam entram no clube às 7 hs , trabalham ininterruptamente e, às quartas e sextas, a partir das 17:30 e até as 20:30 hs, dão os treinos para os garotos, das duas categorias, sem qualquer planejamento e respaldo. Resultado: embora os meninos possuam talento e técnica no nível da maioria dos adversários, perdem quase todos os jogos por conta de não serem treinados adequadamente. Isento aqui os professores/treinadores e debito na conta dos "donos do clube" que mantém no comando apadrinhados , remunerados e não remunerados, ineptos para a função. Nunca vi, em nenhum treino ou jogo, o coordenador ou o diretor estatutário se fazerem presentes; não há sequer água para os atletas, em treinos e jogos. Parecem querer destruir a imagem do clube. É lamentável.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Eduardo. O clube está ficando em segundo (ou terceiro) plano. Parece que há mesmo interesse em abandonar tudo para, talvez, aparacer um "salvador ou salvadora da pátria".

      Excluir
  11. A MATÉRIA QUE ESTÁ NO UOL, HOJE, SOBRE O FILHO DO DEL NERO MOSTRA QUE O QUE ESTÁ NO EXCELENTE ARTIGO É A PURA REALIDADE DE HOJE: OS MESMOS DE SEMPRE APRONTANDO E FAZENDO CONCHAVOS PARA QUE OS AMIGUINHOS SE PERPETUEM...LAMENTÁVEL!


    Lideranças abriram uma trégua no ambiente tradicionalmente conturbado do clube, de olho na eleição. O estatuto dita que para ser eleito, um conselheiro precisa de maioria simples: Metade do quórum presente no dia da eleição, mais um.
    Lideranças, agora, se reúnem para costurar um consenso para que as bases votem no maior número de candidatos, ou até em todos, mesmo de outros grupos políticos, para preencher a cota de conselheiros vitalícios. Há 26 vagas em aberto
    O ex-vice de futebol Roberto Frizzo foi um dos cartolas que organizou reuniões nesse sentido com seu grupo, enquanto o ex-presidente Mustafá Contursi, principal força nos bastidores do clube, fez um corpo a corpo com correligionários.

    REPARARAM QUEM SÃO OS LÍDERES DESTE CONCHAVO??? e AINDA HÁ CITAÇÃO DO CHEFE DE OUTRA CHAPA. DIZENDO QUE VÃO VOTAR EM SETE OU OITO.

    ResponderExcluir
  12. Palmeirenses, aproveitando a levantada de bola do meu comentarista antecessor, fui ler a matéria toda e encontrei uma outra tão ruim quanto ao do comentário dele.
    Trata-se da negociação do jogador Rodrigo Farofa, uma promessa de 17 anos que o Palmeiras trouxe por 30 dias, para disputar o Mundial Sub 17. O garoto tinha boa sequência (14 gols) e, pasmem, diz a notícia que: “o clube alviverde firmou um acordo de experiência de apenas um mês com o jogador, que passaria por uma análise. Não há qualquer registro do compromisso na CBF” Como assim????
    Em cinco jogos o garoto fez mais gols que o Deyverson e Borjas, e perdemos esta chance.
    Não bastassem as péssimas contratações do profissional, com jogadores medíocres, já de idade, “personalidades fortes”, e com contratos de três anos ou mais, na base a mediocridade também impera. Como levar um garoto para o mundial da categoria sem um contrato registrado ou mais sólido. Era evidente – ao menos para aqueles que não se consideram anos – que se o menino fosse bem seria cobiçado, como foi. E ficamos a ver navios. Muita incompetência em um clube só. Abraços, Mário.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A postura parece mesmo muito incoerente. Sobre a base já tinha escrito em outro artigo o abandono. Montam bons times, investem e não aproveitam.

      Excluir